Ódio aos judeus e propaganda

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O líder sionista Zeev Jabotinsky, em seu último livro, de 1940, pouco antes de morrer, escreveu que o "ódio aos judeus é o que azeita a propaganda política pelo desenvolvimento e progresso", referindo-se ao que estava sendo feito pelo nazi-fascismo de então. Se atentarmos para esse fato, veremos que tinha razão. Jabotinsky: lembra-nos, entre outros casos, o do ex-presidente do Brasil, Collor, que se elegeu pregando o ódio aos marajás. Jabotinsky dizia que a propaganda com amor não vinga; o que seduz as massas é o ódio, que fez rolar as cabeças, literalmente, na Revolução Francesa e da aristocracia na Revolução Russa, dos judeus nos diversos pogroms e em outras revoltas. O terrorista Yasser Arafat explora o ódio aos judeus para levantar suas massas e alcançar os seus objetivos de "progresso" para os palestinos - construir um Estado palestino sobre os escombros do Estado de Israel. O ódio aos judeus é ensinado às crianças nas escolas palestinas.
Nota-se, ainda, a formação de uma cultura anti-Israel, explorando o ódio que se assenta no anti-semitismo antigo. Os meios de comunicação, no mundo inteiro, informam de maneira tendenciosa, sempre contra Israel. Se dermos uma olhada na Enciclopédia Encarta, encontraremos o vocábulo "Palestina, região histórica, cuja extensão passou por grandes transformações, desde a antiguidade, (...). Atualmente é dividida (...) entre Israel, os territórios independentes palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e a Jordânia". Palestina desde a antiguidade, esse é o nome romano do Estado judeu? Territórios independentes palestinos? A Encarta já criou o Estado palestino e a gente não sabia? Para que o Roadmap? Prossegue o verbete da enciclopédia falando dos cananeus, que ali se estabeleceram três mil anos a.C, etc. O aluno que estuda e consulta a enciclopédia fica sabendo que a Palestina sempre existiu e não que é um nome mais recente do Estado judeu, inventado pelos romanos, fato só encontrado na enciclopédia como pequeno detalhe, se lido o extenso texto. Outros meios de comunicação falam em território árabe ocupado por Israel, quando se dá exatamente o contrário (aliás, a edição de 1994 da Encarta, falava em territórios ocupados por Israel). Assim, o ódio se espalha: esses israelenses ocupam o território palestino... e o associa ao palestino de hoje, que é a tônica da propaganda de Arafat. Lembremos que não havia palestinos depois que Israel foi criado: havia egípcios em Gaza e jordanianos na Cisjordânia. Hoje presenciamos mais uma forma da propaganda para seduzir as massas com fins políticos, pregando o ódio aos americanos, associado ao ódio aos judeus. Afinal, o ódio é que conta, pois a América é a superpotência mundial, e é associada a todos os males e sofrimentos dos subdesenvolvidos e daqueles que pretendem ocupar os espaços do poder, como a França, que pretende retomar o poderio dos seus tempos de imperialismo.
As tentativas de um acordo de paz que permita a convivência pacífica de árabes com os israelenses têm sido infrutíferas porque os líderes árabes têm-se mostrado contrários à presença de um Estado não muçulmano junto aos demais países árabes no Oriente Médio. Quando foi lançado o tal Roteiro da Paz, o Roadmap, dissemos, lembrando de Chico Buarque: "Já conheço os passos dessa estrada, sei que não vai dar em nada...". Esse Roadmap foi preparado, sem o conhecimento prévio de Israel, sob a inspiração da Arábia Saudita, por um Quarteto - que, além dos Estados Unidos, inclui a União Européia, Rússia e a ONU, cujos dirigentes sempre hostilizaram o Estado de Israel. Apesar do Roadmap exigir que a Autoridade Palestina desmantele a sua estrutura de terror, pois esse terror palestino é o grande exportador do terror mundial, o Quarteto tem dado mostras de permitir aos palestinos não cumprir a sua parte. E para isso, também contribuem os meios de comunicação. Quando Israel constrói um muro divisório para vedar a entrada de terroristas palestinos, informam que essa construção contraria o Roadmap. Mas quando um suicida-homicida mata dezenas de israelenses, nada é informado que contraria o Roadmap.
Assim se forma uma opinião mundial contrária a Israel, que até seduz um segmento que se autodenomina progressista, talvez suicida às avessas. Vive-se um estado de guerra. E para estado de guerra é preciso reagir contra a guerra. Os Estados Unidos, devido ao ataque de 11 de setembro de 2001, fizeram a guerra contra o Afeganistão e contra o Iraque, nesse último caso sem o consentimento da ONU. Israel está sendo atacado diariamente e tenta acreditar em esforços de paz, que só fizeram mais israelenses morrerem. Lembremo-nos dos Acordos de Oslo, hoje completamente mortos, apesar do mesmo grupo inspirador tentar uma nova versão, para matar mais israelenses. Custou muito aceitar que Arafat não quer a paz e parece que seu reinado está chegando ao fim. Farouk Khadoumi, chefe do Departamento Político da OLP e Ministro do Exterior, de facto, da Autoridade Palestina, e chefe da delegação palestina na Organização da Conferência Islâmica, reunida agora na Malásia, declara que a luta armada é uma obrigação, como única solução do conflito israelo-palestino, contando com o apoio da Carta das Nações Unidas, pois não é terror, mas luta pela libertação. Portanto, enquanto Israel não responder à guerra não se chegará ao fim do terror palestino e à construção de uma nova era de paz. A paz só se consegue preparando corações e mentes. Com o ódio instilado pela propaganda será difícil a paz. Para declarar guerra, basta um dos lados atacar. Para fazer a paz é preciso a vontade dos dois lados. E Arafat, decididamente, não quer paz.

* Herman Glanz é presidente do Likud no Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores e ex-presidente do Grupo Universitário Hebraico do Brasil. Foi Diretor da FIERJ, vice-presidente da Organização Sionista do Rio de Janeiro e do Brasil. É Secretário do Comitê Eleitoral Regional da Organização Sionista do Brasil e 1º Secretário da Chevrá Kadishá do Rio de Janeiro

Fonte: Visão Judaica

0 comentários: