Marketing político na web

terça-feira, 20 de maio de 2008

A Web é um veículo importantíssimo de comunicação e, ao que parece, alguns políticos estão acordando para esta realidade. No Brasil, nas últimas eleições, já houve um salto significativo no número de candidatos com sites de campanhas (não vamos discutir a qualidade de cada um). Nos Estados Unidos, Hillary Clinton tem um site dedicado à sua campanha presidencial, onde divulga press releases para a imprensa e tem um projeto de blog. Segundo os jornais The Times e The Washington Post, “os candidatos e suas equipes vêem os vídeos na Internet como uma ferramenta barata e potencialmente significativa para contar sua história de campanha sem o filtro da mídia tradicional”, dizendo que este tipo de tecnologia “permite aos candidatos demonstrar uma afinidade com a modernidade e ao mesmo tempo permite a eles controlar sua mensagem de uma maneira que uma entrevista coletiva ou entrevistas na TV não permitiriam”.

Um site político pretende ser uma ferramenta de apoio de campanha permanente, além de transmitir uma certa transparência para o eleitor, que tem diversas informações a seu alcance em qualquer horário ou dia do ano, numa tentativa gradual e constante de conquistar o público. No Brasil, a maioria dos políticos se vale deste recurso apenas na época de eleições, já que o governo disponibiliza, gratuitamente, domínios do tipo.can.br para os candidatos. Os sites destes domínios ficam disponíveis na web por apenas 3 meses, aqueles antecedentes às eleições.

Assim, às vésperas do voto, vemos uma corrida desenfreada dos comitês políticos à caça de um webdesigner que faça o site da campanha “bem baratinho”, já que não há verba suficiente - na maioria dos casos - para custear um portal decente. Os resultados são sites mal-feitos às pressas, com erros de português, páginas em construção (porque “aquele texto não ficou pronto a tempo”) e notícias atrasadas. Aproveitando-se deste filão, empresas de hospedagem e até mesmo de desenvolvimento, oferecem soluções prontas especiais para o candidato: templates de páginas fáceis de configurar e editar, de forma que o próprio ou seu comitê possa construir o site. Ninguém se preocupa com o fato de poder encontrar o candidato concorrente com o mesmo layout de site.

O marketing político tem como principal objetivo a fidelização do cliente (eleitor), mas ainda não descobriu o poder da Internet para tal. Não basta fazer uma pagininha que tenha sua biografia e um banner tosco em gif animado “vote no fulano”: em tempos de Web 2.0, esperto é aquele que se vale de comunidades, blogs, fóruns e afins para interagir com o eleitorado e a imprensa. E que sejam permanentes, para que se possa acompanhar todo o histórico de ações do candidato e não precisar escolher o menos pior numa vitrine de 3 meses.

Mas os candidatos brasileiros, definitivamente, ainda não acordaram para esta realidade. Ou não estão nem aí pra ela.

Fonte: Juliana Padron

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