Programas para horário eleitoral aquecem o setor

segunda-feira, 19 de maio de 2008

As produtoras se preparam para conquistar os candidatos e suas contas para o horário eleitoral na TV. Muitos partidos deixam para junho a definição dos contratos. As campanhas rendem entre 1,5 milhão a R$ 15 milhões, dependendo da cidade. Não haverá concentração nas produtoras do Sudeste, pois as empresas locais se desenvolveram para atender o segmento.

Apostos para conquistar candidatos - Produtoras se preparam para as campanhas eleitorais, que podem render até R$ 15 milhões, a depender da cidade.
O horário eleitoral gratuito nas emissoras de TV e rádio começa em 19 de agosto.
Antes disso, os partidos políticos e coligações em até 5 de julho para apresentar no cartório eleitoral o requerimento de registro de seus candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador que irão disputar as eleições de 2008. Entretanto, já começou há algum tempo outra disputa, nos bastidores. Produtoras e os chamados “marqueteiros” estão a todo vapor para garantir presença na criação e nas estratégias que serão mostradas no horário eleitoral. São negócios que garantem uma receita bastante atrativa, No Brasil, uma campanha eleitoral representa investimentos de R$ 1,5 milhão a R$ 15 milhões, dependendo do horário reservado e da cidade, podendo ultrapassar R$ 20 milhões no caso de grandes centros como São Paulo.
“Estamos na fase de negociação com alguns candidatos.
Dificilmente um candidato de oposição fecha sua campanha antes de junho”,diz Zé Luis Nogueira, diretor executivo da Fabrika, com sede em Brasília, referindo-se às definições de nomes, que ocorrem nas convenções e nos acordos das coligações. “E quem é situação já tem, a sua produtora, o seu banco de imagens, e tende a continuar com quem já trabalha. O que muitas vezes acontece é a contratação de um marqueteiro e uma produtora maior para conduzir o programa eleitoral e a produção das peças publicitárias.”
Nogueira começou a trabalhar com campanhas políticas em 1986 e tem em seu currículo mais de 20 campanhas majoritárias (governo de Estado e eleições para prefeito de capitais), em São Paulo, Maranhão, Amazonas, Pará, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Distrito Federal e Goiás.
A Colonnese Associados, empresa de consultoria de marketing eleitoral e político, já está ao lado de alguns políticos nesta fase de pré-campanhas. Entre eles estão Índio da Costa (prefeitura do Rio de Janeiro, pelo partido Democratas, o DEM), Mendonça Filho (prefeitura de Recife, pelo PMN – Partido da Mobilização Nacional). Há ainda conversas com pré-candidatos em outras cidades.
Carlos Colonnese, diretor da consultoria, recomenda até o dia 15 de maio para início dos trabalhos dos pré-candidatos, para que em meados de junho eles já tenham um conceito de campanha e algumas peças prontas para serem apresentados nas convenções.
“Agora, estamos no período de fechamento de negócios. A partir de maio, o volume de trabalho vai aumentando”, conta Colonnese, com experiência desde 1989, quando cuidou da campanha de Ulysses Guimarães, e estendeu sua atuação até o mercado internacional, na Bolívia e em Portugal.
Colonnese é também sócio-diretor da produtora Supernova. Entretanto, nem todo o trabalho de inteligência estratégica de campanha da consultoria culmina em produção assinada pela Supernova. “Algumas cidades grandes, como Manaus e Recife, têm boas produtoras”, informa o marqueteiro. Levar a Supernova ou outra produtora para uma cidade encarece o projeto, e isso só acontece quando não há infra-estrutura local disponível.
Para Ricardo Mucci, diretor de novas mídias da Fundação Padre Anchieta mas que no passado trabalhou muito com marketing político, é preciso alguns cuidados na contratação de mão-de-obra local, principalmente quanto ao vazamento de informação. “Quanto mais acirrada a disputa, mais perigosa é a ocorrência de um vazamento”, diz. Mucci mantém a consultoria Umana Comunicação e Marketing, empresa de projetos de comunicação, não só de política.

Fonte: Imagens e texto retirados da Revista Meio & Mensagem – Coluna: Produção, SILVA, Sandra Regina da. - p. 26 e 27 - 05 de maio de 2008.

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