Rotina de trabalho intensa

segunda-feira, 19 de maio de 2008

São necessárias cerca de dez pessoas para fazer funcionar a mola propulsora de uma campanha político-partidária. São elas que suportam o trabalho e traduzem um programa em qualidade ou não. Entre elas estão o homem de marketing, o diretor de fotografia, o diretor de comunicação, o apresentador. Para orientar a direção dessa mola, estão as pesquisas qualitativas e quantitativas. O trabalho é completado com a produção, que deve seguir a direção definida pelo grupo inicial. Essa é a linha geral, mas a atuação muda de acordo com a expertise do profissional responsável pela produtora, que em muitos casos desempenha papel híbrido, como, um diretor de televisão com muitas atribuições de um marqueteiro.
A equipe da Fabrika cria os programas de TV, é responsável pela redação e atua como parceira das agencias de publicidade. “Acho que é esse o perfil criativo que nos dá um posicionamento interessante nesse meio. Sinto que há uma busca por produtoras que “pensam””, diz Nogueira, completando que a Fabrika une a agilidade jornalística à qualidade publicitária.
O trabalho de uma produtora se inicia de dois a três meses antes de os programas irem ao ar. A Santa Produtora, durante a campanha política, monta uma estrutura de cerca de cem pessoas, de diretores de fotografia a rádio-escutas, que se revezam nas 24 horas do dia. A equipe fica dividida entre as áreas de jornalismo, produção, criação,. Computação gráfica e edição. “É uma grande gincana, em que a informação viaja na velocidade da luz e as mudanças, também”, ilustra Brandão. O trabalho se intensifica durante o horário gratuito, e a rotina é similar à de uma grande emissora de TV.
Para Nogueira, o trabalho é pesado e os horários, desumanos, mas quem trabalha em uma campanha sempre quer repetir a dose. O diretor da Fabrika vê cada campanha como única e não há fórmulas de bolo que possam ser aplicadas. Ele considera que o limite para a Fabrika é a produção de três campanhas. “Não acredito em franquia eleitoral. Esses esquemas de empresas apoiadas no nome de um grande marqueteiro e que fazem campanhas em dez Estados geram histórias tristes. Vale lembrar que há vários casos noticiados pela imprensa de candidatos que liam os mesmos textos sobre ‘tolerância zero’ em seus programas eleitorais. Quando isso veio a publico, a imagem desses candidatos saiu arranhada”, conclui.

Fonte: Texto retirado da Revista Meio & Mensagem – Coluna: Produção, SILVA, Sandra Regina da. - página 27 - 05 de maio de 2008.

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